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Escritora Heloisa Buarque de Hollanda é eleita imortal da Academia Brasileira de Letras
21/04/2023 08:50 em Notícias Nacionais

A escritora Heloisa Buarque de Hollanda foi eleita na quinta-feira (20) para a ABL (Academia Brasileira de Letras). Ela ocupará a cadeira 30, que estava vaga desde a morte da escritora Nélida Piñon, em dezembro do ano passado. A escritora e crítica cultural passa a ser a décima mulher eleita para a ABL.

A votação que elegeu a paulista com 34 dos 37 votos foi a primeira da Academia feita por urna eletrônica. O pintor e escritor Oscar Araripe teve dois votos e houve um voto em branco.

“Esse atual projeto de abertura da Academia me fascina. E isso não é nem o começo. Tem que ter mulher, negro, índio. Porque são excelentes também. Isso é o Brasil, a democracia. Eu estou muito feliz de chegar neste momento na Academia, com esse projeto de renovação, aos 84 anos”, destacou Heloisa.

A cadeira 30 tem como fundador o contista Pedro Rabelo, como patrono o jornalista e romancista Pardal Mallet e teve como titulares o advogado Heráclito Graça, o médico Antônio Austregésilo e o ensaísta, filólogo e lexicógrafo Aurélio Buarque, além de Nélida Piñon.

Uma das principais vozes do feminismo brasileiro, Heloisa é formada em letras clássicas pela PUC-Rio, com mestrado e doutorado em literatura brasileira na UFRJ e pós-doutorado em sociologia da cultura na Universidade de Columbia, em Nova York. É diretora do Programa Avançado de Cultura Contemporânea (PACC-Letras/UFRJ), onde coordena o Laboratório de Tecnologias Sociais, do projeto Universidade das Quebradas, e o Fórum M, espaço aberto para o debate sobre a questão da mulher na universidade.

Seu campo de pesquisa privilegia a relação entre cultura e desenvolvimento, dedicando-se às áreas de poesia, relações de gênero e étnicas, culturas marginalizadas e cultura digital. Nos últimos anos, vem trabalhando com o foco nas produções das periferias das grandes cidades, no feminismo, bem como no impacto das novas tecnologias digitais e da internet na produção e no consumo culturais.

Entre os livros publicados, destaca-se a histórica coletânea “26 Poetas Hoje”, de 1976, que revelou uma geração de poetas “marginais” que entrou para a história da literatura brasileira, como Ana Cristina Cesar, Cacaso e Chacal. Essa antologia é considerada um divisor de águas entre uma poesia canônica e uma poesia contemporânea e performática. Segundo a autora, o livro causou furor na época.

“Em tempos de censura e de repressão, em plena ditadura, no ano de 1976, em uma época batizada por Zuenir Ventura de vazio cultural, publiquei uma antologia que causou furor”, avaliou Heloisa.

A ABL destacou que o livro “26 Poetas Hoje” trazia a atmosfera coloquial e irreverente que marcaria a década de 1970, também chamada de geração mimeógrafo ou geração marginal. Eram poetas que estavam à margem do circuito das grandes editoras e que produziam seus livros de maneira artesanal, em casa, em pequenas tiragens vendidas em centros culturais, bares e nas portas dos cinemas. O livro foi uma resposta direta aos anos de chumbo e se tornou um clássico da poesia brasileira, referência incontornável para escritores e leitores de poesia.

Heloisa publicou também “Macunaíma, da Literatura ao Cinema”; Cultura e Participação nos Anos 60″; “Pós-Modernismo e Política”; “O Feminismo como Crítica da Cultura”; “Guia Poético do Rio de Janeiro”; “Asdrúbal Trouxe o Trombone: Memórias de uma Trupe Solitária de Comediantes que Abalou os Anos 70”; entre outras obras.

Link da Noticia https://www.osul.com.br/escritora-heloisa-buarque-de-hollanda-e-eleita-imortal-da-academia-brasileira-de-letras/#:~:text=A%20escritora%20Heloisa,entre%20outras%20obras.

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