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Major do Exército diz que manifestantes exigiram água durante a invasão do Palácio do Planalto
26/04/2023 09:10 em Notícias Nacionais

O major do Exército José Eduardo Natale de Paula Pereira declarou, em depoimento à PF (Polícia Federal), que três ou quatro invasores exaltados do Palácio do Planalto durante os atos extremistas de 8 de janeiro exigiram que lhes fosse dado água e, para acalmá-los, acabou por entregar a eles.

Segundo o oficial, a prioridade naquela ocasião era a proteção do Gabinete Presidencial, que fica localizado no terceiro piso. Ele se dirigiu para o local e, por lá, encontrou outros manifestantes. Quando se identificou, foi hostilizado e argumentou para tentar tranquilizar a situação, afirmou em depoimento prestado na terça-feira (25).

Quando José Eduardo se dirigiu para a antessala do gabinete, encontrou uma senhora. Na sua avaliação, ela não apresentava risco. Posteriormente, ele se dirigiu para a copa, pegou água e, em seguida, apareceram os invasores citados.

“Os manifestantes questionaram de forma exaltada que local era aquele, ocasião na qual respondeu que se tratava de uma copa. Que, então, os manifestantes exigiram que lhes dessem água; que o declarante entregou algumas garrafas de água com o intuito de acalmá-los e que não danificassem a copa e ainda solicitou que saíssem do local”, diz o depoimento coletado pela PF.

Conforme a citação do major, ele estava sozinho até aquele momento, sem nenhum agente público por aproximadamente uma hora. Durante esse período, permaneceu em contato com seus superiores solicitando reforços e os atualizando sobre a situação.

Quando escutou a tropa chegando, ordenou que todos os invasores saíssem do local, tendo em vista que, com os reforços, a chance de linchamento seria menor.

Nesse momento, visualizou um manifestante chutando uma porta de vidro, pegando um extintor de incêndio e partindo em direção à tropa do coronel Wanderli, que era formada em conjunto com policiais militares. O oficial tentou conter o homem, mas ele escapou.

Outra pessoa pegou mais um extintor e também foi para cima dos militares. O major expôs que tinha ciência que ambos seriam presos ao efetuar o ato. Quando o ex-ministro-chefe do GSI (Gabinete de Segurança Institucional) general Gonçalves Dias chegou ao local, retirou as últimas pessoas que ali estavam, mandando para o segundo andar para serem detidas, conforme o militar.

Questionado por qual motivo não deu voz de prisão para os manifestantes, José Eduardo respondeu que “estava sozinho, desarmado, que corria risco de linchamento e de morte, tendo realizado o que estava ao seu alcance”.

Também explicou que não possui vinculação partidária e que a atividade realizada no Departamento de Gestão é de Estado, independente de governo. Ainda citou que sempre teve o sonho de integrar o GSI e se qualificou nos últimos 19 anos para isso, sendo selecionado após rigoroso processo seletivo no Exército, sem indicações políticas.

Nível de risco

De acordo com o major José Eduardo, o indicativo de risco para aquele dia era o laranja, sendo o terceiro nível de gradação de um total de cinco. Estando no nível laranja, o efetivo previsto era de um pelotão de cerca de 30 a 40 pessoas de prontidão no Palácio do Planalto.

Voz de prisão

O ex-ministro do GSI Gonçalves Dias declarou durante depoimento à PF, no dia 21 deste mês, que teria prendido o major José Eduardo se tivesse visto ele dando água para os invasores.

Link da Noticia https://www.osul.com.br/major-do-exercito-diz-que-manifestantes-exigiram-agua-durante-a-invasao-do-palacio-do-planalto/#:~:text=O%20major%20do,para%20os%20invasores.

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