Samba da Minha Terra mata 50 anos de saudade de um dos pioneiros do samba, Ernesto Joaquim Maria dos Santos, o Donga, que nos deixou em 1974. Frequentador do terreiro de Tia Ciata, “a matriarca do samba”, na Praça 11, “berço do samba”, o carioca Donga formou a chamada “santíssima trindade do samba de raiz”, ao lado de Pixinguinha e João da Baiana. É atribuída a ele a composição de “Pelo telefone”, primeiro samba gravado na história da MPB, em 27 de novembro de 1916. Mas, o quadro “papo de samba” mostra um pouco da polêmica em torno da autoria e das paródias em torno desses versos. O que não há dúvida é a relevância de Donga para a consolidação do samba como ritmo mais popular do país. Também tem um pouco da vida dele em família: com a primeira esposa, Zaíra Oliveira, famosa cantora lírica da primeira metade do século passado; a segunda esposa, Vó Maria, que gravou um disco de samba aos 90 anos de idade; e a filha Lygia Oliveira, intelectual e parceira em um dos sambas do mestre. Foto: Donga, Pixinguinha e João da Baiana (acervo histórico)
MÚSICAS
Seu Mané Luiz (Donga), com Leci Brandão e Marçal
Quando uma estrela sorri (Donga e David Nasser), com Gisa Nogueira
Ranchinho desfeito (Donga e David Nasser), com Paulo Tapajós
Pelo telefone (Donga e Mauro de Almeida), com Baiano e Coro
Ô patrão, prenda seu gado (Donga, Pixinguinha e João da Baiana), com Almirante
Benedito no choro (Donga), com Grupo Regional (Abel Ferreira, Altamiro Carrilho, Elizeu Felix, entre outros)
Pensando em Donga (Leci Brandão), idem
De Donga a Marte (Reinaldo), idem
Parasita (Donga e Lygia Oliveira), com Risadinha
Pelo telefone (Donga e Mauro de Almeida), com Martinho da Vila
Pela internet (Gilberto Gil), idem
Bambo-bambu (Donga, Patrício Teixeira e J. Thomaz), com Jararaca e Ratinho
Bambo-bambu (Almirante e Valdo de Abreu), com Ney Matogrosso
Ô patrão, prenda seu gado (Donga, Pixinguinha e João da Baiana), com Martinho da Vila
Passarinho bateu asas (Donga), com Zé da Zilda
TRECHOS
Pelo telefone (Donga e Mauro de Almeida), com Almirante
Este meio não serve (Donga e Noel Rosa), com Mário Reis
Macumba d’Aruanda (Donga e Zé Espinguela), com Zé Espinguela
Santíssima trindade (Didu Nogueira e Jorge Simas), idem
Os Oito Batutas (Pixinguinha), idem
Quê, quê, rê, quê, quê (João da Baiana), idem
Carinhoso (Pixinguinha), com Orlando Silva
Meu pretinho (Heitor dos Prazeres), com Zaíra Oliveira
Meu amor, vou te deixar (Orlando Vieira), com Vó Maria
Sonoplastia – Indalécio Wanderley
Apresentação e pesquisa – José Carlos Oliveira