O Improviso desta semana destaca o trabalho saxofonista J.T. Meirelles. Com seu sax alto, Meirelles foi um dos instrumentistas que escreveram a história do samba jazz, nos anos 60. Como músico, compositor e arranjador, ele participou de muitos dos álbuns que deram forma à moderna instrumental brasileira.

O J. e o T. são as iniciais de João Theodoro. Formado na Berklee School of Music, de Boston, o então jovem maestro J.T. Meirelles, com 23 anos, foi o arranjador das canções fundamentais do primeiro disco de Jorge Benjor, Samba Esquema Novo, em 1963.

O álbum já trazia uma linguagem diferente para a música popular brasileira. Não era o velho sambão tradicional, mas também não era a bossa nova pura, de João Gilberto e Tom Jobim. E é um arranjo de Meirelles, que veste a icônica Mas, Que Nada!, primeiro grande sucesso Benjor, no qual, o naipe de metais do grupo Os Copa 5, dialoga com o também moderno violão de Jorge Benjor.

Os primeiros álbuns de J.T. Meirelles e os Copa 5, O Som, de 1964; e O Novo Som, de 1965, se tornaram referência imediata para a mistura de samba e jazz que se formava, na música instrumental brasileira.

Nos anos 70, Meirelles foi morar na Europa, onde integrou várias orquestras e conjuntos por lá. Quando voltou ao Brasil, foi trabalhar como produtor e arranjador na gravadora Odeon e ficou muitos anos afastado dos palcos.

Sua volta ao disco, se deu somente em 2002, com o álbum Samba Jazz, editado pelo selo Dubas. E em 2005, Meirelles lançou o álbum Esquema Novo, que traz uma retrospectiva de toda sua carreira.

No Improviso ouviremos temas dos álbuns Samba Esquema Novo, gravado por Jorge Ben, em 1963, e Esquema Novo, gravado por J.T. Meirelles e Os Copa 5, em 2005.

Seleção

1 – Aboio

2 - Mas, Que Nada!

3 - Esquema Novo

4 – Vem, Morena, Vem

5 – Por Causa da Voxê Menina

6 – Capitão do Mato

7 – Rosa, Menina Rosa

8 – Neurótico

9 – Tim Dom Dom

10 – Naïma