No Papo de Futuro de hoje, comemoramos um ano desde o lançamento do ChatGPT. Vamos discutir como esse aplicativo se popularizou rapidamente e como pode ser utilizado de maneira produtiva e ética.”
Hoje no Papo de Futuro, celebramos um ano desde a chegada do ChatGPT, a ferramenta que mudou o panorama da nossa interação digital, como um cometa riscando o céu da tecnologia. Vamos explorar como esse aplicativo, que se espalhou mais rápido que um incêndio em um campo de palha, pode ser utilizado de maneira produtiva e ética.
Gente, é claro que eu não escrevi isso né? Cometa no céu, campo de palha! Foi este incrível chat que me sugeriu uma chuva de metáfora, a meu pedido.
Eu escrevi o roteiro do programa, e ele enfeitou de um jeito que eu não seria capaz de fazer. Ficou exagerado.
Vou voltar a ser quem eu sou! Mas eu adorei a experiência.
Por isso, eu trago aqui algumas perguntas e respostas sobre como fazer do ChatGPT uma experiência produtiva, mas também divertida, de trabalho.
Mas como usar o ChatGPT? Afinal, ele é tão eficiente quanto uma câmera fotográfica na mão de um fotógrafo habilidoso. A máquina captura a imagem, mas o olhar artístico dá vida à foto.
Da mesma forma, o ChatGPT é uma ferramenta nas mãos do usuário, não um substituto para a criatividade humana.
Eu pedi ao João Lima, servidor do Senado Federal e Doutor em Direito e em Ciência da Informação pela UnB, para nos ajudar a navegar no uso do ChatGPT. E perguntei como fazer perguntas eficientes.
“O ChatGPT não é um banco de dados convencional. Embora tenha conhecimento de idiomas, ele não serve para retornar jurisprudências sobre determinados assuntos. Sua habilidade está em avaliar e melhorar textos, utilizando o conhecimento baseado no senso comum com o qual foi treinado. Por exemplo, se falamos sobre a música de Tom Jobim, “Olha que coisa mais linda, mais cheia de … “, o ChatGPT consegue prever a próxima palavra, que é ‘graça’. Ele não vai funcionar como um banco de dados para perguntas específicas, como “Qual é o artigo tal da lei tal?”, mas pode saber “Qual é o primeiro artigo da Constituição?”, porque ele foi treinado com essa pergunta.”
Vamos aprofundar essa compreensão, como eu tenho que fazer uma pergunta para o ChatGPT, para que ele entenda o que eu necessito?
Então, você vai criar um contexto para que aquele texto, qual o objetivo, como vai ser usado, e que orientação você quer dar, mas lembre-se, o texto é seu, o chat só passa um verniz, só dá uma melhorada no que você criou, como explica o João Lima. Você é o criador, e ele, melhora a criatura, digamos assim.
“O ChatGPT está sendo treinado para assumir uma persona específica. Quando você faz uma pergunta, é importante incluir o contexto e a razão por trás dela. Todos esses elementos compõem o que chamamos de ‘prompt’. A pergunta é encaminhada e, a partir desses dados, o ChatGPT infere um novo texto.”
Em resumo, o ChatGPT é uma ferramenta que, se usada corretamente, pode melhorar nosso trabalho e vida cotidiana. É necessário regular seu uso e assumir que é uma mudança de paradigma importante. Assim como a calculadora ou a tabela periódica, é um recurso para ser utilizado, não temido.
O ChatGPT tem várias premissas importantes. Primeiro, ele veio para ficar. Segundo, ele não é responsável pelo plágio acadêmico. Terceiro, o ChatGPT é um organizador de ideias, não um autor. E quarto, ele pode melhorar o trabalho de quem tem dificuldade em escrever, mas que possui outros talentos.
O ChatGPT é útil em muitas funções, incluindo na atividade parlamentar, mas não substitui as responsabilidades do representante do povo. Ele ajuda no trabalho de texto, mas o processo político é muito mais complexo, como afirma João Lima:
“No caso de uma criação, o chat terá o papel de revisor, ele não pode ser o criador. Tem um caso interessante: o professor de programação falou que com o chat as notas caíram, porque os alunos colocaram o ChatGPT para resolver os exercícios, e na prova ninguém sabia resolver, porque não havia o ChatGPT. Então, como ferramenta, é possível ter um uso bom, e um uso ruim. Neste caso do exemplo, imagine um aluno que está com dificuldade de fazer um programa. Ao invés de ele pedir o chat para fazer o programa, ele vai fazer a tentativa dele e perguntar ao chat: ‘onde eu estou errando, como eu posso melhorar?’. Então ele estaria fazendo uso inteligente de uma ferramenta inteligente em não o uso burro de uma ferramenta inteligente.”
A ética, a transparência e o respeito são fundamentais na utilização do ChatGPT. Inclusive, é uma evolução recomendada pela UNESCO nas universidades, e que precisa ser desmistificada.
Claro, não há dúvidas sobre a capacidade do ChatGPT em traduzir e até ensinar idiomas e sua aplicação na academia, para melhorar a qualidade da escrita acadêmica; resumir um artigo acadêmico dentro das suas necessidades e melhorar a acessibilidade de pessoas portadoras de deficiências, com sistemas de voz e podendo criar conteúdo educativo para este público e muito mais.
Mais do que isso, a segurança desses empregos não é permanente e garantida. O progresso em reconhecimento facial está possibilitando novas ferramentas, eu variam de assistentes virtuais eu monitoram e acompanham obras a robôs que executam trabalhos manuais que requerem algo grau de destreza, julgamento e ação criativa.
Quanto às alucinações, ou seja, o fato de o chat criar “fatos” inexistentes, o bom uso recomenda que todos as informações geradas pelo ChatGPT sejam checadas.
Terminamos mais um Papo de Futuro, onde discutimos os limites éticos da tecnologia, como o ChatGPT, e como ela, se regulamentada e usada de forma transparente, pode ser uma ferramenta libertadora.
Você ainda pode enviar a sua sugestão de tema, crítica ou sugestão para o WhatsApp da Rádio Câmara (61) 99978-9080 ou para o e-mail papodefuturo@camara.leg.br.
Comentário – Beth Veloso
Apresentação – Cláudio Ferreira